terça-feira, 30 de setembro de 2014

Gambiarra

Culpe as fases (da lua)


Toda tomada
ligada e elétrica
soltando faíscas

Te deixo em
"Curto - circuito"
Em choque(!)
com um curto fio terra...




No mundo da lua


Ah, eu te chamei
Quase te evoquei
junto com as cigarras
Para que as ouvisse
e as folhas
e o olor do bosque de eucaliptos
Do cheiro da terra
que ainda guarda a chuva de ontem

Te chamei
Quase te evoquei
Para ver o meu céu de Van Gogh
E vê -la sorrir
acanhada para nós.


sinais


Onde nada se espera
Ainda espero
"Saber parar é uma arte"

(Contudo...a esperança é verde)







segunda-feira, 29 de setembro de 2014

(fuga)



Fugia das tempestades
Escondida
Sob o céu de margaridas









O desencontro


Coberta por uma mantilha
Em sua própria ilha 
Subia a escadaria 
(da via, do dia, da vida)
Enquanto ele ria e curtia
A noite que luzia

O destino ou qualquer
Outro nome que valia
Desatino?
Olhares se viram
Se encontraram
                             Não acreditaram

Continuaram o que faziam
Ela coberta pela mantilha, em sua ilha
Ele ria e curtia a noite...agora mais fria.




(Rabiscos)

Vida na soleira
Parte arte - Reparte
Ar-te-me...


Escuta o próprio passo
Que ecoa naquele espaço 
Apressado
Um longo átrio
Lá na frente acende ( velas)
Acrescente
Sangue quente 
e o Coração ventila
... ainda crente.



A vida nos ias



A água lavou
o que podia
o queria levou
mais que devia
E ainda chovia
(para o bem de todos...seria)



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Um bom dia



Tudo se gasta
Quando alcança,  cansa
A vida não basta
A gente procura
O túnel
Aquela luz que nos acena
Com alegria
(E o coração pula mais um dia)






domingo, 21 de setembro de 2014

Encantado

(Micro conto)


Era uma vez... talvez no século passado
Um dia que todo céu estava amuado
Nasceu um menino com choro encantado
Fez faíscas nas estrelas e até as órbitas mudaram de lado

E assim nasceu o poeta com destino marcado
Bastavam-lhe  três palavras rimadas e deixava o mundo todo inspirado.




As mulheres em mim

(Miniconto)

          Subia as escadas de cimento cru carregando o pacote de pães franceses. Distraída olhou paras as unhas dos pés com um esmalte incolor e nas sandálias de dedo, confortáveis mas não combinavam com o vestido de malha. Nem sabia porque havia colocado um vestido para ir à padaria. Alisou com os dedos o tecido já um pouco desbotado e puxou as abas do agasalho de lã vermelha que vestia. Tentou pisar na sombra que projetava nos degraus...
A sopa de sobras de geladeira, que ela secretamente chamava de gororoba já  estava pronta, acendeu a chama do fogão para esquentar e um aroma caseiro preencheu o ar. Nesse momento ele chega e exclama: "Que cheirinho bom!"
Sorrindo, entrega uma pera asiática, sabe que ela adora (como no antigo filme estrelado por Robert de Niro, O poderoso chefão ll).
E ela chora, sentida.



A onda



Veio em um segundo
Nem deu para fugir
Uma onda de ansiedade
Que a encobriu
Arrastando a para o
Fundo do amar...


Um "up" sai "down"



Sai prá lá, não consigo
Esse papo lesa tempo
Já tá de bom tamanho
Esquisito passatempo
Um pensar tão tacanho

Ficar assim sempre down

Tenho leseira de tristezas
Sai prá lá, não é comigo!






sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O conto


Distância impossível

Por compaixão
As águas  o refletiam
E por ondas
Entregavam
Para que ela o tocasse

O vento levava o calor

O tempo, um instante
(Nesse longo para sempre)



segunda-feira, 15 de setembro de 2014

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O vigia


Todo dia
Insisto um bom dia
Para o vigia
É como acreditasse
Que um dia quem sabe
A amabilidade brotasse
E retribuísse
O meu bom dia...


O lance



Ela sonhou romance
Era somente
Performance... 



terça-feira, 9 de setembro de 2014

Pre-visão

O universo é gigante
Imenso infinito
No coração da gente.


Ontem o céu nasceu Quintana
Chegou a cor de Van Gogh
Com a lua e imaginadas estrelas
E dormiu chovendo a noite toda.

Quem será que prevê o amanhã
Eu nem sei como será o hoje...



Meus dias


Tem dias de uma hora
Uns fora da memória
E aqueles de vida inteira...





Décadas


E a hora marcou
Um dois três quatro
Meia noite e trinta e quatro
Considerei mágico
Meia noite e meia -
É uma noite inteira
...Mais quatro,  o que?
Minutos que ainda
São teus



.

Poente


Uma mera cidade
Às cinco da tarde

Olho para o oeste
O sol que aquece
Já se despede 

E a saudade tece
Me anoitece



segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Friagem...


Sente na pele
A madrugada
É o que gosta

A chaleira lá dentro apita
Chama para aquela vida
Que evita, a alma duvida

Mente...é a lua
E a madrugada
Tem a resposta





Embaraço



No belo caminho cruzado
Escolheu nenhum abraço
Fez fita, recusou um laço
E o poderia foi pro espaço

Para evitar tanto embaraço
Me apago sem deixar traço



Game!



Qual é a graça
Do jogo marcado
Sem trapaça? (Com doçura)



Patética ll



Quando o só bate à porta
Até um abraço de vento
- Que invento? - Conforta...



sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Freguesa



Salto alto
E pedra portuguesa
Só quem sabe
Evita ficar presa
Mas a vida
(Freguesa)
Com seus acasos
Sempre traz
Uma surpresa...


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O guerreiro Hou Yi e a bela Chang E

Um pequeno conto lá do outro lado do mundo...




"Havia um tempo, remoto, em que os homens conviviam com os deuses...
A mãe-sol, Xibe, gerou dez filhos. Eles moravam em um lago que ficava do outro lado do mar.
A cada dia, um sol cumpria a missão de dar um giro na Terra para iluminá-la. Todos eles gostavam desse passeio então decidiram brincarem juntos no céu. O que fez com que as pessoas sofressem muito com o calor e as secas e os monstros e bestas dominassem a Terra.
Comovido com o seu povo, o rei Yao rogou ao grande Imperador Celestial que terminasse com esse sofrimento. 
Esse mandou imediatamente um guerreiro chamado Hou Yi para castigar os sóis e as feras.
Foi presenteado com um arco poderoso e flechas afiadas.
Como um deus que era, realizou a tarefa sem dificuldades, destruindo os monstros, bestas e os sóis, poupando apenas um sol que amenizou o clima, deixando a vegetação exuberante, dando fartas colheitas, criando bem estar a humanidade. Por esse ato de bravura foi convidado pelos homens e pelo rei a viver na Terra como um herói.
Hou Yi decidiu morar na Terra, embora imortal, abdicou do mundo celeste quando se apaixonou por uma mortal chamada Chang E. Como não queria se separar dela, pediu à Imperatriz-Mãe um elixir da imortalidade. Essa entregou o conteúdo advertindo para que fosse dividido pelos dois.
O guerreiro  voltou para casa feliz e entregou à esposa  para que guardasse em um lugar seguro, pois ainda tinha tarefas a cumprir com o rei e os homens.
Um vizinho invejoso, ouviu a história do elixir  e tentou roubar de Chang E quando Hou Yi havia saído. 
Ela então, tomou todo o líquido e imediatamente se sentiu leve e flutuou no céu até chegar à lua.
Se tornou a deusa lunar condenada a viver só, chorando eternamente pelo guerreiro amado."




*O mid autumn festival, é o segundo maior feriado no oriente. 
É comemorado no 15º dia do 8º mes lunar. 
Em 2014, será no dia 8 de setembro.
Também é chamado de "moon cake festival".
Comemora a lua cheia, consequentemente, lembra Chang E - a deusa lunar.

.

Joguinho


E o dia começa
Tabuleiro na mesa
Qual a tua peça?

Sina de rainha
Peão em tua mão
Escolha minha

O medo avança
A coragem recua
Tudo balança

E nós nessa dança
Um estranho escuro
Olhar que trança
.
E mais um dia finda
Esperando outro dia
Para enrolar a partida.