quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A praça



Saudade das praças de outrora
Aquelas da minha infância 
E dos escritos pelos poetas
Com coretos e paz imaginada

A praça que vejo agora
Tem pombos e cachorro quente
Sem-tetos e grama escassa
Sinto o cheiro da erva no ar...hummm

Sento no banco de concreto
Sentindo saudades estranhas
De coisas que não fiz, de você,
E do guarda chuva cor de rosa



domingo, 19 de outubro de 2014

Céu árido


Correm ventos ferozes
Luzes piscam inseguras
Raivosos relâmpagos 
Cachorros estranhos latem
Ao som dos graves trovões 
O ar pesa aos ombros
E nada chega - não chove
Não chovo...





O que todos os poetas falam...



Esse caminho cruzei
Poeta não me tornei
Só mais triste...



terça-feira, 14 de outubro de 2014

domingo, 12 de outubro de 2014

A melancia (miniconto)














Deveria ser uma homenagem
para a santa padroeira
Ou até  para ela
Que segurou as pontas da vida
Até onde já não havia.
Não era para ser piada
Mas quando me recordo - Rimos.
Nós que fomos e os jovens -
nossos filhos e filhas
Que choram de rir também daquele dia.

(Quando a morte se aproxima
Todos nós acreditamos em
Milagres milagrosos...)

Fomos nós todos com tios, tias
e primos incluídos
A família em uma pequena romaria
Visitar Aparecida do Norte
(Naquele tempo era chamada assim)

(Família de gente sobrevivente
Se adapta com o ambiente)

Rezamos na nave central;
Entramos na fila para ver a
Nossa Senhora através do vidro
e fazer o sinal da cruz.
Compramos velas do nosso tamanho
E deixamos acesos no "local das velas".
Já  adolescente,  pensei:
"Compramos essas velas,
que derretem na sala ao lado... é só recolher, derreter, refazer e revender -
Lucro infinito!"
Sustei esses pensamentos (meus pecados).

Sob a basílica nova,
existia um grande salão para descanso.
Não havia ainda Mac Donalds,
Bob's ou BurgerKing -
Só sanduiches embrulhados em papel alumínio
 e engradados de guaraná caçula
Para completar, como havia muita gente
Papai teve a idéia de levar
Uma enorme, redonda - chamativa melancia!

Naquela época, as pessoas levavam bananas,
maçãs, laranjas ou mixiricas, não uma melancia...

Nunca gostei de multidões
Atravessar um salão cheio , procurando espaço,
com o pai carregando aquela fruta e as pessoas olhando - confesso, fiquei muito envergonhada.

Só para terminar
Não houve o milagre esperado.
Pensando bem, talvez o milagre fosse esse.
Tirar de uma lembrança muito  triste,
apenas o que vale a pena  - graças à melancia!


* 12 de outubro -  dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. E dia das crianças também.






segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Sobre voos


Ontem fui guerreira
Antenada no campo de batalha
Hoje sobrevoo longe de todos...

















(amanhã é amanhã
 nunca falei 
 em desistir...)

.

domingo, 5 de outubro de 2014

Ventos



A calmaria cá embaixo
Não engana.
As nuvens correm do vento
Lá em cima

A minha saia levanta
Distrai
Mostra a cor secreta
E não me trai.



quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O universo não expira


(eu&você)



                   Quando te vejo 
                   Meu mundo dança 
                   O pudor me alcança
                   Versos se escondem

                   Olho em silêncio
                   Sorrio em segredo
                   O coração balança
                   E o universo conspira...


.

Meu vento



O vento nômade
Inveja a raiz cantante
Da frondosa árvore

Entre as ramagens
Se oculta e escuta
A música da terra distante

Lamentos, orgulho e amor
Assoviam as folhas com ardor